MHAM - Museu de História e Artes de Morretes

Personagens Masculinos da Cidade de Morretes - PR

 

 

 

 



PERSONAGEM HOMENAGEADO
Isael Alves da Silva

CÂMARA MUNICIPAL DE MORRETES
ESTADO DO PARANÁ

       Vereador Isael Poeta, batalhador incansável pelas comunidades de Morretes.
       Estava apoiando a criação de um Museu para a Cidade de Morretes com o máximo empenho para que esse projeto se tornasse realidade, como uma real necessidade para preservar a História e as Artes de Morretes.

       O seu falecimento transtornou emotivamente a todos que o conheciam, e para que o seu sonho de criar um Museu para Morretes não tenha sido em vão, é que está sendo continuado por aquele que com ele trabalhava em parceria: Vereador Fabiano Cit.



ANTONIO ALVES DE ARAÚJO
       Comendador, Político, Empresário

1818 - 6 de novembro: Nasce em Morretes.
       Filho do Capitão Hippólito José Alves de Araújo e de Maria Rosa de Araújo.

       Depois dos estudos primários realizados em sua cidade natal, completou sua instrução geral no Rio de Janeiro.

       Desejoso de aperfeiçoar sua educação, visitou países da Europa e da Ásia. Assim sendo, mesmo não sendo formado, recebeu aprimorada educação e instrução. Casou com Maria Luiza de Araújo. Foi Deputado Provincial, tendo ocupado a Presidência em várias legislaturas. Dedicou-se sempre, a indústria ervateira e ao comércio, em Curitiba, na Rua Brigadeiro Franco. Por seu trabalho e lealdade, recebeu as comendas da Rosa e de Cristo. Nesta época estava casado com Francisca Pereira Correia, pois viuvara da primeira esposa. Teve os seguintes filhos: Hipólito Correia Alves de Araújo, Moiséis Correia Alves de Araújo e Maria Rosa de Araújo.

       Foi Vice-Presidente da Província do Paraná, por oito anos, de 1864 a 1865; 1868 a 1869 e de 1880 a 1883.
Como Vice-Presidente assumiu a Presidência de 26 de maio de 1883 a 3 de setembro de 1883 e também de 24 de agosto de 1885 a 18 de setembro de 1885.

       Numa das vezes que assumiu a Presidência da Província, em substituição ao Presidente Dr. Carlos de Carvalho, a situação era de instabilidade. O comércio negava-se a pagar o exorbitante imposto ( do vintém ) sobre as vendas. A missão do Comendador Araújo era demais melindrosa em virtude de governar provisoriamente. Mesmo como elemento acatado e de prestígio na classe revoltada e político de grandes responsabilidades, não pode, por si, resolver a complicada questão, convocando então a Assembléia Provincial para tratar de tão rumoroso caso. Em seguida as suas viagenes para a Europa, havendo deixado suas propriedades entregues ao seu cunhado, Fanor Cumplido, encontrou-se ao voltar, inteiramente sem dinheiro. Teve que vender várias de suas propriedades e bens, para saldar sua dívida.

       Depois de haver sido muito rico, estava bem abalada a sua fortuna, quando do seu falecimento. Faleceu na cidade de Palmeira, em 1888.
Curitiba deu seu nome a uma de suas pricipais artérias da cidade, onde ficava a sua moradia.

 



ANTONIO RICARDO DOS SANTOS
       Comendador, Empresário, Político

1819 - 22 de setembro: Nasce em Morretes.
       Filho do Sargento-Mor Antonio Ricardo dos Santos e de Maria da Luz Paraíso.

       Conhecido como Comendador Dodoca. Casou com Cordula Martins dos Santos. Dedicou-se com o pai à indústria ervateira e ao alto comércio. Fundou em Curitiba o Engenho Iguaçu, no Barigui do Batel. Em Morretes, onde foi Vereador, instalou, com José Celestino de Oliveira e Antonio Gonçalves do Nascimento, uma das primeiras usinas de açucar do Sul do Brasil, o Engenho Central, tido na época como o mais completo e moderno. Foi Deputado Provincial em diversas legislaturas e Vice-Presidente da Província, (exercendo o cargo de Presidente, de 29-12-1887 a 9-2-1888).

       Presidiu a inauguração da Companhia Carris Curitibana (bondes). A linha mais longa era a do Batel, que custava Rs $200 (duzentos réis). Em 1878 transferiu-se para Curitiba, onde construiu sua residência à Rua 15 de Novembro, onde está construído o Edifício Azulay, que pelo seu conforto e luxo só a igualava a do Barão do Cerro Azul. A Colôniva Nova Itália, foi fundada em terras doadas pelo Comendador Dodoca, em 1881. Foi agraciado pelo Imperador D. Pedro II, com o título de Comendador da Ordem da Rosa.

       Respeitado e acatado nos meios industriais, comerciais e sociais, era, estimado e representava padrão de virtudes acrisoladas e de conduta libada. Deixando a Presidência da Província em 9 de fevereiro, apresentou relatório sobre suas atividades, do qual destacamos o seguinte:

       "Está no alcance de todos que a instrução pública, principalmente a primária, exige uma reforma, senão radical, deve ao menos ser alterada introduzindo-se melhoramentos necessários e capazes de preencher as lacunas, que a cada momento se encontram no regulamento de 1876. A Província do Paraná que conta com tantas instituições de ensino, não deve oferecer o espetáculo repugnante da distribuição de cadeiras de ensino a pessoas que fogem a prova de habilitação e recorrem às leis de favor e exceção, que se não justificam por conveniência pública, causando grave prejuízo para a instrução pública."

Faleceu em Curitiba, a 17 de novembro de 1888. No seu funeral foram prestadas honras de Chefe de Estado, tendo sido extraordinariamente concorrido.




JOÃO NEGRÃO
       Político, Empresário

1833 - 19 de dezembro: Nasce João de Souza Dias Negrão (III) no São João da Graciosa, em Morretes.
       Filho do Capitão João de Souza Dias Negrão (II), "O Velho" natural de Portugal e de Rita Maria Lustoza de Andrade Negrão.

       Como a maioria dos homens de seu tempo, só tinha o curso primário. Tudo quanto conquistou foi à custa de grande força de vontade.
       João Negrão foi um desses heróis anônimos. Desses que se sacrificam silenciosamente e com satisfação pelo bem estar dos entes que lhe são caros.

       Casado com Maria Francisca da Luz Negrão. Filhos: Francisco de Paula Dias Negrão; João, falecido em criança; João de Souza Dias Negrão (IV), falecido em criança; Tenente José de Souza Dias Negrão; Octávio, falecido em criança; Álvaro, falecido em criança; Antonio; Maria Francisca da Luz Negrão Filha (Nenê); Eugênio; Maria; Esther da Luz Negrão.

       Exerceu vários empregos públicos nos quais teve a ocasião de prestar inestimáveis serviços ao Estado e ao País: Escrivão do Juiz Municipal de Curitiba; 2ª Tabelião de Notas de Curitiba; Administrador das Agências de Itararé; Coletor da Vila do Príncipe, hoje Lapa; Administrador Interino da Barreira do Rio do Pinto, em Morretes; Oficial da Secretaria de Governo; Escrivão da Coletoria da Capital; Secretário da Repartição Estatística; Adido a Secretaria de Governo; Escrivão do Registro de Rio Negro; Escrivão da Barreira da Graciosa, cargo em que foi efetivado até aposentar-se em 1877. Depois de aposentado exerceu o cargo de Inspetor Escolar no Porto de Cima, no qual prestou muitos serviços a causa da instrução. Foi também Deputado a Assembléia Provincial.

       Foi membro preeminente do Partido Conservador. Quando exerceu o mandato de Deputado a Assembléia Provincial muito lutou pela difusão do ensino primário.

       Faleceu em 2 de abril de 1887, sendo a sua morte muito sentida, tal era a consideração e alta estima de que gozava entre seus compatriotas.
Que a mocidade de hoje saiba seguir or exemplos proveitosos daquele grande coração.
Uma das artérias viárias de Curitiba, a antiga Rua Rio Paraná, leva o nome desse ilustre morretense.



MANOEL ALVES DE ARAÚJO
       Conselheiro, Político

1836 - 11 de março: Nasce em Morretes Manoel alves de Araújo, o Conselheiro Araújo.
       Alguns registros o dão como nascido em 19 de narço de 1836.
       Filho do Capitão Hipólito José Alves de Araújo e de Maria Rosa de Araújo.

       O estudo primário completou a ouvir o murmúrio das cristalinas águas do Nhundiaquara, os preparatórios no Colégio Freese, em Nova Friburgo e o superior em São Paulo.

       Bacharelou-se em Ciências Sociais e Jurídicas, pela Academia de São Paulo. Deputado e Presidente da Assembléia Provincial do Paraná em muitas legislaturas, bem como Deputado Geral pela mesma província, por muitos anos. Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas deu grande desenvolvimento à navegação entre os portos das Províncias e a contrução de uma estrada de rodagem ligando os Campos Gerais com os de Guarapuava. Incrementou as redes telegráficas, contratou com a Companhia Chemins de Fer Brésileins, o prolongamento da estrada de ferro de Curitiba até as margens do Rio Paraná e mandou introduzir na província um rebanho de ovelhas importado de Buenos Aires. Interferiu para a construção da estrada Palmas a Porto União, bem como foi restabelecida a navegação nos Rios Negro e Iguaçu. Fez eletrificar os dois portos da Província.

       A estrada de rodagem da Lapa foi prolongada até Rio Negro e a de Castro até Jaguariaiva. Recebeu a Comenda da Ordem da Rosa e teve o título honofírico de Conselheiro do Imperador. Presidiu também a Província de Pernambuco. Vice-Presidente da Província do Paraná, em 1865, assumiu interinamente o governo.

       Fundou e dirigu o jornal "O Paraná".
       Escreveu: "Província do Paraná" (histórico); "Povos do Paraná" (colonização); "Orçamento do Ministério da Agricultura" (dois memoráveis discursos).

       Casou-se com Maria Colecta dos Santos Araújo.
       Teve os filhos: Maria Rosa de Araújo, Coronel David Pacheco Alves de Araújo, Embaixador Dr. Hyppólito Pacheco Alves de Araújo, Contra-Almirante Augusto Pacheco Alves de Araújo e Maria Colecta Pacheco Alves de Araújo.

       Faleceu o eminente morretense em 11 de dezembro de 1910, no Rio de Janeiro.
Curitiba o homenageou, dando seu nome a uma das principais ruas da cidade.



JOSÉ GONSALVES DE MORAES
       Poeta, Novelista, Cronista, Humorista, Professor, Político

1849 - 15 de janeiro: Nasce em Morretes.
       Filho de Américo Gonsalves de Moraes e de Escolástica Jacintha de Moraes.

       Fez o curso primário em sua cidade e o de Humanidades em Paranaguá. Começa cedo a trabalhar. Já aos 18 anos é nomeado professor em sua cidasde natal. Torna-se sócio de uma casa comercial com um de seus irmãos. Lecionou Português, Francês e Latim em Curitiba. Teve também um internato.

       Publicou o livro de poesias "Sempre Vivas", em 1874.
       Exerceu os seguintes cargos: Tabelião, Vereador e Presidente da Câmara de Morretes e de Curitiba. Deputado Provincial em duas legislaturas, Inspetor Escolar, Gerente da Caixa Econômica e diretor da Secretaria de Obras, no Governo do Dr. José Pereira dos Santos Andrade. Abolicionista fervoroso.

       Inaugura o primeiro prelo da cidade, sendo o compositor e o impressor do primeiro jornal morretense e, com alguns companheiros, cria diversas sociedades literárias e sociais, como Amor ao Estudo, Clube Alfa e Filodramática Morretense.

       Ao adoecer, em 1904, tornou ao recanto natal. Para aqui se dirigiu na qualidade de secretário e tesoureiro da Câmara Municipal. Manteve-se nessa oocupação até seu falecimento.

       Foi o criador do "Almanaque Paranaense", tendo organizado os quatro primeiros, onde inseriu crônicas, poesias e contos humorísticos de sua autoria.
       Traduziu: "Heredia", "Gautier", "Horácio", "Virgílio", "Vida de Maldição", de Paul Brulat, para o jornal curitibano "Diário da Tarde". Escreveu o romance "Maria Clara", única prova da influência do realismo no Paraná na época.

       Cegando nos últimos anos de sua vida, continuou a fazer poesias cheias de vida, que pareciam saídas de uma alma sonhadora de vinte anos. Não podendo escrever, ditava os seus sonetos a seu filho Aguilar. Deixou sempre transparecer em suas rimas a vivacidade e a ternura dos seus vinte anos. Revestem-se, geralmente, de férvido sentimentalismo e são consideradas, todas, verdadeiras e belas jóias literárias.
       Membro da Academira Paranaense de Letras.

       Casou com Francisca dos Santos, teve o filho Américo Vespúcio de Moraes.
       Faleceu pobre, em 21 de setembro de 1909.
       Morretes não o esqueceu, denominando uma de suas principais ruas e a Biblioteca Pública.



IGNÁCIO GOMES DA COSTA
        Militar - Major

1857 - 30 de setembro: Nasce em Morretes, no Porto de Cima.

       O Major Ignácio estudou as primeiras letras com o Professor José Maria de Castro Britto, no recanto natal. O curso secundário no internato do Professor Joaquim Serapião Nascimento em Curitiba. Ingressou no Exército como Praça eem 1892 era Alferes. No ano seguinte foi nomeado Fiscal do Regimento de Segurança, comissionado no posto de Major, por indicação do Cel Dulcídio. Fez o curso superior na Escola Militar da Praia Vermelha e de Campo Grande, onde concluiu os cursos de: Cavalaria, Infantaria e Tiro. Participou ativamente nos combates que ficaram conhecidos como "Cerco da Lapa", assinando, junto com outros militares, a "Ata de Capitulação da Praça da Lapa" em 11 de fevereiro de 1894. Portou-se sempre como digno militar. Da Revolução Federalista, diz a história:

       "Foi o sítio se estreitando, com alternativas de avanços e recuos, com extraordinárias provas de bravura dos defensores, destacando-se entre eles, o Major Ignácio Gomes da Costa, o Capitão Clementino Paraná e outros. Esgotados os recursos da defesa, no dia 11 de fevereiro de 1894, veio à capitulação, perdendo-se a Praça Legendária, mas ganhando-seo tempo necessário para que o governo legal organizasse a defensiva com a qual venceu os insurretos. Do Regimento de Segurança são citados os seus Oficiais: Comandante Cel. Cândido Dulcídio Pereira, Major Ignácio Gomes da Costa, Cap. Clementino Paraná, José Olintho e Praxedes Borba, Ten. Carvalho Chaves e Adalberto de Menezes, os Alferes Antônio Gomes Ferreira, Manoel Francisco de Araújo e Américo Vidal."

       Com a morte do Cel. Dulcídio, o Cap. Ignácio assumiu interinamente o Comando da Polícia Militar. Nomeado pelo Dr. Vicente Machado, Governador em exercício, Comandante Geral da Polícia Militar do Paraná. No seu comando foi adquirido o terreno onde está hoje o Quartel do Comando Geral.
       Lutou ainda o Major Ignácio no Contestado, em 1912.
       Pertenceu ao Jóquei Clube Paranaense do qual foi Presidente e no Clube Curitibano.

       Faleceu este bravo morretense a 3 de outubro de 1930, em Curitiba.



JOSÉ FRANCISCO DA ROCHA POMBO

JOSÉ FRANCISCO DA ROCHA POMBO
       Poeta, Professor, Jornalista, Historiador, Escritor, Político

1857 - 4 de dezembro: Nasce no Anhaia, Morretes - PR.
       Filho de Manuel Francisco Pombo e de Angélica Pires da Rocha.

       Nasceu em um dos subúrbios mais pitorescos de Morretes, o Anhaia, no dia 4 de dezembro de 1857, teve uma infância tranquila como qualquer criança da sua idade, ora preocupado com os folguedos infantis, ora com seus trabalhos escolares, já então entre excelentes professores onde recebe os conhecimentos que lhe permitram assumir, aos 18 anos, a regência de uma classe de ensino primário na terra em que nascera. Posteriormente o exercício do magistério que sempre soube conduzir com compreensão e seriedade, levou-o a habilitante carreira de letras, no jornalismo acertou sua vida literária.

       Com o declínio do papel de Morretes que desempenhara durante largo tempo como principal centro comercial do Estado, após ter fundado o jornal “O Povo”, com o qual pretendia fazer a propaganda republicana em 1879, em 1880, se transfere para a serra acima lançando na cidade de Castro o jornal "Ecos dos Campos". Implantou paralelamente, para sustentar-se, um colégio e objetivando também, ensinar à geração a seu tempo. Levado pelas dificuldades em que passava, se transfere para Ponta Grossa, onde escreve e publica ensaios literários e novelas, revelando-se como escritor mas sem a repercussão merecida. Ingressa na política se elegendo na Assembleia Provincial (1886 - 1887 ), como deputado pelo partido liberal. Tenta outros jornais: "Diário Popular", "O Paraná", dirige em 1892, o "Diário do Comércio", do qual se torna proprietário. Desilude-se com os acontecimentos após derrota em pleito eleitoral, transferindo-se para o Rio de Janeiro em 1897, se dedicando à historia das Américas e com recompensa recebida pela sua publicação, inicia a publicação daquele que lhe valeu à cadeira da Academia Brasileira de letras “A historia do Brasil” obra em 10 volumes, orgulho para a terra que o tem como filho.

       Essa obra foi escrita de 1906 à 1917. Com justiça foi considerada a mais completa e cuidadosa obra escrita do gênero. Além das já mencionadas, outras obras importantes se destacaram “O Paraná no centenário ”, “O hospício”, "Para à história" (publicado pela fundação cultural de Curitiba, sobre a revolução federalista), “Nossa Pátria”, “História de São Paulo, Rio Grande do Norte e Paraná”, “Dicionário de sinônimos” entre outros. A sua veia poética só veio a tona em 1891 quando foi publicado no livro “Visões” seus poemas. Escreveu ainda. “A Honra do Barão”, “Dadá ou a boa filha”, “A supremacia Ideal” e a “Religião do Belo”.
       Fundador da cadeira número 1 da Academia Paranaense de Letras, cujo patrono é Antônio Vieira dos Santos, hoje ocupada pelo jornalista e escritor Valfrido Pillotto.

       Admirador incansável de sua terra, querendo vê-la agraciada pelo saber, sonhou com a criação de uma Universidade em Curitiba, lançando a pedra fundamental do futuro edifício na praça Ouvidor Pardinho, em 1952, no mesmo ano que faleceu no Rio de Janeiro, seus restos mortais foram translado para Morretes sua terra natal em 1957.



RICARDO PEREIRA DE LEMOS
       Poeta, Humorista, Charadista

1871 - 15 de maio: Nasce em Morretes - PR.
       Filho de Antonio Pereira de Lemos e Saturnina Guimarães Pereira de Lemos.

       Concluindo os cursos: primário e humanidades, decidiu-se pela burocracia. Foi funcionário público estadual.
       No ano de 1919 exerceu o cargo de Secretário do Interior, Justiça e Instrução Pública, no governo Afonso Alves de Camargo.

       Poeta essencialmente humorista, dotado de correto e elegante estilo. Suas colaborações se encontram espalhadas em jornais e revistas curitibanas: O Cenáculo, o Sapo, Azul, Diário da Tarde, Cartão Postal, Stellario, A Notícia, O Olho da Rua, Clube Curitibano, A Rosa, A Pena, Breviário, Comércio do Paraná, Senhorita, O Dia, Prata da Casa e o Itiberê (de Paranaguá).
       Sócio fundador do Centro de Letras do Paraná e Patrono da Cadeira nº 36 da Academia Paranaense de Letras.

       Tímido e retraído. sempre fugindo dos aplausos, versejando com correção, acobertado em vários pseudôminos como: "Garrone", "F. A. Brício" e "Alberto Cadaveira".

       Excelente cultor de Édipo, compositor e decifrador de charadas, logogrifos e enigmas, filatelista, colecionava com carinho pelo menos uma crônica ou uma poesia de cada confrade.

       Publicou em 1898 um livro com quarenta euma peças de versos humorísticos: "Ventarolas", por sinal o primeiro livro de versos jocosos, dado a publicidade no Paraná. Estávamos em abril e o "Sá Pinho" (pseudônimo de Leocádio Correia), na revista "O Sapo", espalhara a notícia de que Ricardo andava a distribuir exemplares de sua obra em pleno inverno.

       "João da Tapitanga", ao divisar na vitrine da Livraria Econômica o volume em questão, improvisa uma ferina quadra Alexandrina. Ao que "Zé Ferino, pseudônimo com que se escondia o poeta Alfredo Coelho vem em defesa do nosso biografado, saindo-se com esta quadra:

       "Não é só no estio que os leques
       para abanar nos convém,
       pois há "ventos" mal cheirosos
       que sopram com o frio também..."

       Ricardo de Lemos a todos cativava pela sua irradiante simpatia.
       Sua obra está dispersa em jornais e revistas.
       Casado com Rosinha Taques, tiveram três filhos, dentre eles o conhecido cantor lírico Túlio de Lemos.
       Faleceu em Curitiba, após algum sofrimento a 11 de outubro de 1932.



JOÃO TURIN
       Artista Plástico, Escultor

1875 - 21 de setembro: João Zanin Turin. Nasce no Porto de Cima, em Morretes.
       Filho de Giovanni Turin e Maria Turin.

       "Aos pés do Marumbi", diria ele mais tarde, motivo de orgulho do artista que sempre buscou e encontrou na natureza a força de sua expressão criadora e a matéria prima, origem de toda a sua criação artistica.

       Após os primeiros estudos em sua terra natal, em 1906 viajou para a Bélgica, onde se matriculou na Academia de Bruxelas, para estudar escultura. Nos cinco anos que ali estudou, conquistou primeiros e segundos prêmios do curso. No decorrer do quarto ano conquistou vários deles. Por esse motivo o diretor da Escola de Belas Artes cedeu-lhe um atelier na própria escola, onde Turin executou a escultura "O Exílio", figura de dois metros de altura. Obteve menção honrosa ao exp\\õ-la no Salão de Paris. Esta estátua está hoje na Municipalidade de Bruxelas. Em 1913, expôs nesse mesmo salão outros dois trabalhos: "O Fogo Sagrado", com dois metros de altura e o "Busto do Barão do Rio Branco". No ano seguinte exibiu as maquetes de "Rio Branco", "Olavo Bilac" e o busto do Diretor da Ecole dês Hautes Estudes, Dr. Marc Auliff.

       Residindo em Paris durante a guerra de 1914, Turin viu-se, premido pelas circunstâncias, forçado a exercer funções fora da sua profissão. Finda a conflagração, realizou belo baixo relevo em pedra, - "La Pietá", de grandes dimensões, para a igreja da Normandia, França.

       Novamente expôs no Salão de Paris uma maquete do "Dr. Epitácio Pessoa", então Presidente da República, e outra do "Dr. Gastão d'Argollo", ambas no tamanho natural, a "Figura de Cão de Caça" e a estátua de "Tiradentes" - Mártir".

       Em colaboração com o também escultor João Zaco Paraná, executou em 1922 os bustos em bronze, dos poetas paranaenses "Emiliano Perneta", "Emílio de Menezes" e "Domingos Nascimento", que embelezam o aprazível recanto da cidade de Curitiba, a Praça General Ozório.

       Também de sua autoria é a estátua de "Tiradentes", na Praça que leva o nome de nosso mártir maior.

       É muito grande a obra executada por Turin. Umas estão assinadas, outras não, por terem sido feitas em parceria com artistas franceses.

       Faleceu João Zanin Turin em junho de 1949.



ROBERTO FRANÇA
       Delegado de Polícia, Juiz de Paz, Presidente do Tiro de Guerra 70

1885 - 9 de janeiro: Nasce em Morretes - PR.
       Filho de .

       Aos 28 anos de idade casou-se com Maria Malucelli. Exerceu os cargos de Delegado de Polícia, Juiz de Paz, Presidente do Tiro de Guerra 70, Presidente do Clube Sete de Setembro, Organizador da Festa Veneziana no Rio Nhundiaquara, Provedor da Igreja e Presidente da Irmandade de São Benedito por mais de 50 anos.

       Em 1939, por ocasião da passagem de Nossa Senhora do Rocio (padroeira do Paraná) pela cidade de Morretes, juntamente com Francisco Giamberardino, organizou uma belíssima e comovente homenagem à excelsa Mãe de Deus, abrilhantada com a Banda de Música do Tiro de Guerra.

       Dirigiu por mais de sessenta anos a Farmácia Paranaense, preparando receitas médicas, sendo constantemente chamado para dar atendimento às pessoas doentes, indo de carroça, charrete, vagonete, em qualquer horário solicitado.

       Grande animador de excursões ao Pico do Marumbi, em 1934 organizou uma caravana de morretenses para incrustar uma cruz de ferro com a efígie de Cristo no alto do pico, onde então foi celebrado a Santa Missa.

       Saiba mais sobre essa caminhada rumo ao Pico do Marumbi, no ícone montanhismo desse mesmo portal, com o título 'Caravana França'.

       Roberto França faleceu em 1971.

       Saiba mais!



MANOEL AZEVEDO DA SILVEIRA NETTO
       Escritor, Poeta, Desenhista

1875 - 4 de novembro: Nasce em Morretes - PR.
       Filho de Manoel Azevedo da Silveira Filho e Guilhermina Cordeiro de Miranda.

       Passou a infância nacidade natal e teve a oportunidade de assistir a inauguração do Engenho Central. Em Morretes estudou com o Professor Libero Teixeira Bragam muda para Curitiba em 1879.

       Classificado em concurso, foi nomeado praticante da Tesouraria da Fazenda Federal em 27 de maio de 1891. Casou em 28 de janeiro de 1893, com Amélia Alcântara da Silveira, nascida em 5 de agosto de 1875.

       Por algum tempo dedicou-se ao desenho litográfico. Em 11 de novembro de 1904 foi designado juntamente com Benedicto Nicolau dos Santos, escritor e musicista de mérito, para instalar a Mesa de Rendas da Foz do Iguaçu, então criada, o que se realizou a 19 de abril de 1905. Em 1910 foi nomeado inspetor da Alfândega de Paranguá, por Decreto de 28 de dezembro. Em sua gestão mudou a alfândega para o novo edifício no Porto Dom Pedro II, há muito construido e quase abandonado, tirando-a do velho e infecto convento à margem do Itiberê e cuja construção datava de 1740, sendo a repartoção nele instalada em 1827.

       Em 1913 foi, juntamente com o escriturário da mesma alfândega, o morretense Francisco de Paula Dias Negrão, designado para instalar e dirigir o serviço de encomendas postais na Delegacia Fiscal do Paraná, o que o fez a 2 de agosto desse ano.

       Em 1914, lança o livro "Do Guairá aos Saltos do Iguaçu", impresso por conta da Secretaria de Agricultura do Estado, com um desenho original de seu irmão Aureliano da Silveira.

       Silveira Netto é autor da letra do Hino Morretense, sendo seus versos musicados por Luiz da Silva Bastos, também de Morretes. Escreveu o livro "Margens do Nhundiaquara".

       Convidado a visitar Morretes, aqui esteve no dia 15 de março de 1933, sendo recebido festivamente, ouviu ao chegar, o Hino Morretense, cantado por senhorias, sendo após, saudado por diversos oradores.
       Nesta oportunidade, João Turin, o ilustre escultor, também filho de Morretes, modelou em baixo relevo a cabeça do poeta.

       Faleceu no Rio de Janeiro em 19 de dezembro de 1942, tendo seus restos mortais transladados para Morretes, por ocasião das comemorações de seu centenário de nascimento.



LANGE DE MORRETES
       Artista Plástico, Zoólogo

1892 - 5 de maio: Nasce em Morretes Frederico Lange de Morrete.
       Filho de Rodolpho Lange e Anna Bockmann Lange.

       Passou a infância a admirar a " terra dos líriso bravos", onde estudou as letras primárias. Ainda adolescente seu pai trouxe aMorretes o mestre Alfredo Andersen a fim de ensinar pintura. Estudou na Europa, pois o seu mestre julgava-o o melhor pintor paranaense. Primeiro em Leipzig, Alemanha, estudou pintura. A seguir cursou a Escola Superior de Belas Artes de Munique, também na Alemanha. Adotou oficialmente o nome de sua cidade natal, pois na Alemanha o sobrenome Lange é comum. Retornando à Pátria dez anos depois, se dedicou a arte pictória e a ciência.

       Ao lado de Turin e Ghelfi, lutou para que o Paraná tivesse um estilo artístico próprio, verdadeiramente paranista. Lecionou na Escola de Belas Artes do Paraná. Pintou mais de quinhentas telas, com exposições no Brasil e na Alemanha. Dentre os prêmios recebidos destaca-se a medalha de ouro, galardão póstumo no Salão Paranaense de Belas Artes em 1954.

       Na ciência, estudou zoologia, trabalhando no Museu Paulista e, mais tarde, para lecionar na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, em São Paulo. Os primeiros estudos e catálogos sobre moluscos da baía de Paranaguá e do litoral norte de São Paulo foram feitos por ele. Suas filhas Ruth e berta estudaram história na USP, entre 1938 e 1941, tendo sido Berta um dos expoentes em botânica no Brasil. Segundo Berta, seu pai quando professor era muito severo e correto, e dizia a suas filhas: "vocês nunca tirarão um dez comigo". "Mas, nem se a gente merecer?". Ele respondia: "Se eu der o dez que vocês merecem alguém poderá dizer que foi por proteção. Melhor vocês terem uma nota mais baixa e não ouvirem esse tipo de comentário."

       Faleceu em 1954.



THEODORO DE BONA
       Artista Plástico

1904 - 11 de junho: Nasce em Morretes - PR.
       Filho de Antonio De Bona e Cezira Bertazonni De Bona.

       De Bona, foi aceito como aluno de Andersen em 1922, partindo posteriormente, e 1927, para a Itália, a fim de aperfeiçoar sua pesquisa plástica e teórica.

       Participou de um grupo de vanguarda italiano alcunhado de "Cà Pesaro", dos Salões dos Artistas Venezianos de 1928 a 1935 e também da disputada Bienal de Veneza, no ano de 1930. Considera-se que a fase mais criativa do artista se deu na alvorada dos anos 40, quando demonstra, na liberdade do traço e velocidade do gesto, numa despreocupação com o resultado. De Bona, nessa fase, alcança a linguagem expressionista. Destacam-se nessa época os quadros "Cá Foscari" e "Navio Negreiro". De Bona foi diretor e professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, lecionando na cadeira de "pintura de nu acadêmico".

       Sua estadia em Veneza foi fundamental para o amadurecimento da sua arte.

       Retornou ao Brasil em 1937. Até sua morte, em 1990, alcançou uma linguagem pessoal, fluente e realista, com nostálgicas cadências impressionistas. Versátil, deixou um vasto conjunto de obras, dentre as quais cintilam cenas de gênero, retratos, alegorias, nus, composições de temática histórica e murais religiosos, além de um considerável complexo de paisagens.

       Atualmente suas obras são objeto das mais altas cotações na bolsa de Arte. No íntimo, De Bona tinha receio de que esse tipo de comércio, estritamente relacionado ao gosto do grande público consumidor, pudesse desvalorizar seu labor colocando em risco a respeitável imagem profissional da qual então já gozava.

       Theodo De Bona se impôe à memória cultural paranaense pela sólida devoção à Arte, como um meio irreversível de devolver ao ser humano sua dimensão de humanidade e de poesia. Sua obra está presente - compondo, junto com outros fragmentos, essa complicada discussão sobre a existência de uma identidade regional paranaense.

       A obra "Via Sacra", doada à Igreja Matriz de Morretes pode ser considerada como sua obra prima.



ODILON NEGRÃO

ODILON NEGRÃO
       Poeta Futurista, Cronista, escritor

1908 - ?: Nasce em Morretes - PR.

       "Eu nasci numa pequena freguesia no meio de caboclos sinceros e fortes.
Acostumei desde menino, a solta a palmilhar as estradas ermas e barrentas, sentando a terra com as plantas dos pés. Amei as árvores do meu torrão que ficava horas inteiras, pensando suspenso, como que levitando, a olhar as paisagens aicarescas e possante daquela flora maravilhosa.

       Foi nas palestras ao pé do fogo ouvindo as narrativas assustadoras dos meus patrícios, que nasceu dentro de mim o fascínio das mil e uma noites. E as lendas todas, que naquela época eram fatos para minha percepção infantil, imprimiram no meu subconsciente o poema épico da brasileiridade, que hora me empolga e me fascina.
       Eu temia ante a sinceridade misteriosa do Velho Penajoia, que contava, com trejeitos pirandolescos, façanhas que nunca fez.
       E ouvia assombrado os heroísmos do nho Marciano, como se aquele gorduchote de pala vermelha, fosse parente do capeta ou possuísse os sortilégios messiânicos de um profeta da roça.
       O meu cérebro, completo de superstições obrigava-me a ascender, velas de ceras nas touceiras de caraguatás dos charcos esverdeados para o pretinho pastoreiro.
       E chovia no dia seguinte!

       Hoje civilizado, vivendo a vida futil da cidade ouvindo mentiras que fazem mal, histórias que ferem a reputação e maculam sentimentos puros, eu sou um caboclo que apostatou sua selvageria para viver com os outros homens, das migalhas e da safal da sociedade hipócrita e ôca.
       Troque o vinho do cochô das engenhocas rudes pelo veneno das confeitarias luxuosas. Acostumei-me a ver em todo homem um patife, um delinquente, e em todo delinquente uma antena transmissora de maldade de inveja de sangue delito!
       A minha alegria de criança sadia desapareceu ao contato com a civilização.
       O meu pensamento de sinceridade e bondade submergiu-se no pântano tristíssimo da humanidade corrupta e má.

       Eu sou uma saudade daquilo que fui, as vezes, quero fazer-me menino para fugir do descalabro reinante, mas, os meus sentimentos de hoje, apavoram meu desejo e retrocesso. Se eu voltasse a meninice com as ideias que albergo no meu cérebro vibrante, seria um monstro.
       Ah! O meu Anhaia daqueles tempos!"




JOÃO NICOLAU
       Desenhista, Confeiteiro, Açougueiro

1910 - 25 de abril: Nasce em Antonina - PR.
       Filho de Felipe Nicolau e Zehia Dib Nicolau

       De uma família de seis irmãos, sendo uma irmã: Maria Nicolau; veio para Morretes no ano de 1939 quando conheceu aquela que viria a ser a sua esposa: Zeli Vizini, formando uma família de sete irmãos: quatro homens e três mulheres.

       Conheceu o Sr. Dr. Pedro Alípio de Camargo (pai daquele que foi Senador Afonso de Camargo), convidando-o para gerenciar o açougue que havia construido e instalado sito a Rua XV de Novembro, esquina com a Rua Rômulo Pereira, tendo a sua frente, na época, o Banco Comercial do Paraná, e a sua esquerda o antigo Bar Barril; em frente, na diagonal, tem até a data atual o Grupo Escolar Miguel Schleder.

       Tinha o hábito familiar de desenhar sentado no chão da sala de sua casa, rodeado pelos seus filhos que ficavam apreciando a sua desenvoltura com o lápis. Dessa forma, vários deles criaram o hábito de desenhar, destancando-se João Carlos, Oneide, Ronald e principalmente Felipe Nicolau, que criou e publicou durante 5 anos, em sumplemento infantil do Jornal O Estado do Paraná, Histórias em Quadrinhos, com mais de 60 personagens.

       João Nicolau faleceu em 31 de maio de 1964.

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Marcos Luiz De Bona
       Jornalista, Orador, Contador, Coletor, Escrivão da Coletoria das Rendas Federais,

1914 - 29 de abril: Nasce em Morretes - PR.
       Filho de Antonio De Bona e Cezira Bertazoni, ambos vindos da Itália no final do século XIX.

       Teve seis irmãos: Francisco, Santos, Theodoro, Antonio, Maria e Tereza, que o criou em virtude do falecimento prematuro de sua mãe.
       Fez seus primeiros estudos sob orientação de grandes pioneiras do Magistério Morretense: Professoras Maria Rocha Pombo Loires (irmã do historiador Rocha Pombo), Anita Rocha e Maria Luiza Merkle. O curso secundário fez em Ponta Grossa, no Ginásio Regente Feijó, e o curso de Guarda-Livros na Escola de Prática de Comércio em Curitiba, no ano de 1929.

       Marquinhos, como era chamado carinhosamente por alguns, ou Seu De Bona, por outros, era de caráter comunicativo, humanitário, batalhador, alegre. Aos 18 anos de idade começou a participar da vida intelectual da cidade, algumas vezes como colaborador e outras como líder. Em 1923, no Tiro de Guerra 70, foi Secretário e depois Presidente.

       Gostava de escrever e, por três anos, de 1932 a 1935, foi colaborador do jornal Morretes Esportivo e do Eco Morretense. De 1934 a 1959 foi decano dos correspondentes do Diário da Tarde, Estado do Paraná e Gazeta do Povo, sendo admitido na Academia de Letras José de Alencar, na categoria jornalista.

       Atuou como artista amador no Grupo Teatral Morretense de 1933 a 1935.

       Em julho de 1938 casou com Olga Brambilla e teve três filhos: Ligia, Marcos Luiz (falecido) e Eliane.

       Apreciava esportes e praticou tênis, na mocidade, tendo sido Secretário do Nhundiaquara Tênis Clube em 1942. Por muitos anos, na decada de 50, foi Secretário do Operário Futebol Clube e Presidente do Clube Literário e Recreativo 7 de Setembro.

       Sempre esteve engajado nas campanhas que visavam a melhorias para o Município, como na ocasião da instalação da Usina de Açucar.

       Marcos Luiz De Bona faleceu em 15 de junho de 1982.

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REFERÊNCIAS:
DE BONA, Marcos Luiz. Tenho dito: Morretes e Morretenses nos discursos de Marcos Luiz De Bona. Curitiba : Index Consultoria, 2009.



LYCURGO NEGRÃO
       Militar, Poeta, Espírita, Maçon

1916 - 16 de maio: Nasce em Morretes - PR.
       Filho de Pedro Negrão e Maria Augusta Scarpin Negrão.

       Lycurgo Negrão iniciou seus estudos no Grupo Escolar Miguel Schleder em sua cidade natal, onde cursou o ensino primário. Posteriormente, durante o ano de 1930, sua família transferiu-se para a cidade de Ponta Grossa, e Lycurgo foi matriculado no Liceu dos Campos, dirigido pela professora Judith Silveira. Nesse educandário, Negrão fez o curso preparatório para o exame de admissão ao ginásio, vindo a ingressar no então Ginásio Regente Feijó, hoje Colégio Estadual. Ali cursou o primeiro ano ginasial e, em 1932, com a transferência de sua família para Curitiba, foi matriculado no Ginásio Paranaense.

       Convocado para o serviço militar em 1938 foi incorporado à 1ª Companhia de Transmissões na Guarnição Militar de Curitiba e, decidido a permanecer no Exército Brasileiro, seguiu a carreira militar, galgando as graduações de Sargento e Subtenente da arma de Engenharia, chegando ao posto de 1º Tenente. Serviu no 2º Batalhão Ferroviário, sediado na cidade de Rio Negro, no Paraná, no 1º Batalhão de Engenharia, na Vila Militar, no Rio de Janeiro, no 7º Batalhão de Engenharia em Petrolina - Pernambuco, e na Comissão de Estradas de Rodagem CER/1, em Ponta Grossa, para onde foi transferido em 1948, permanecendo nessa unidade militar até sua transferência para a Reserva Remunerada do Exército em 1963.

       Embora nascido em família católica, conheceu a doutrina codificada por Allan Kardec, tornando-se espírita, e em 1949 ingressou na Sociedade Espírita Francisco de Assis de Amparo aos Necessitados, onde foi vice-presidente do Departamento de Juventude, hoje União da Mocidade Espírita Cristã - UMEC - e diretor do jornal Voz da Espiritualidade, periódico de divulgação doutrinária que tinha publicações mensais ao encargo dos jovens participantes da Mocidade Espírita, e que ao longo de sua trajetória contou com a colaboração de renomados espíritas como Guaracy Paraná Vieira, Vitor Ribas Carneiro, Ricardo Engel, João Hadad, Ari Schmidt, entre outros.

       Lycurgo Negrão desencarnou em Ponta Grossa no dia 29 de dezembro de 2012, sendo sepultado no dia 30, no cemitério Água Verde, em Curitiba.

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       MORRETES
       Morretes, Nhundiaquara, lírios do brejo,
       Pigricianas, azenhas, canaviais,
       Verdes morranias, berço benfazejo,
       Dos nossos amores, dos nossos ideais.
       Morretes, dos garimpos de antigamente,
       Dos engenhos d'erva mate, dos tropeiros,
       Das bananeiras, dos tonéis d'aguardente,
       Barricarias, surrões e canoeiros.
       Morretes, o meu Brasil em miniatura,
       Índios, bandeirantes, entradas e monções,
       Caboclos, imigrantes, lavras, fartura
       Nesse Brasil mignon, de honrosas tradições.

       (Porthus Mariani, pseudônimo do poeta morretense Lycurgo Negrão)



MIGUEL MACENO
       Lojista

1926 - 26 de agosto: Nasce em Rio Negro - PR.
       Filho de Israel Maceno e Maria da Luz Maceno

       Antes de tentar a sorte como camelô em Morretes, trabalhou desde menor de idade na Pedreira Marumbi e na empresa Oscar Machado da Costa, quando residia com seu pai, que era Guarda Túnel no Marumbi.

       Estabeleceu-se no comércio em 1949.

       Teve a sua primeira loja, onde hoje está estabelecido a loja Tonet.

       Mais tarde adquiriu a propriedade do Sr. Elias Daher, onde era antigamente um armazém de secos e molhados.

       Miguel Maceno faleceu em 21 de janeiro de 1997.

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EROS MAICHROWICZ
       Desenhista, Quadrinista, Ilustrador, Publicitário, Artista Plástico, Escultor, Comendador

1941 - 00 de (mês): Nasce em Curitiba - PR.
       Filho de ...

       Artista plástico autodidata, nascido em Curitiba no ano de 1941.
       Iniciou na área de desenhos de embalagens, passando mais tarde para à publicidade.
       Aperfeiçoando-se profissionalmente, iniciou seus estudos na Escola Panamericana de Arte e posteriormente passou a desenhar histórias em quadrinhos e ilustrações.
       Trabalhou no Instituto Brasileiro de Ilustrações Pedagógicas, também como Grafipar, Editora Abril, Editora Arco Iris, Posigraf, entre outros.
       Em 1982 mudou para a pintura a óleo e aquarelas e ficou conhecido como Eros de Morretes. Marinhas, engenhos de cana, casario antigo, fauna e flora são seus temas preferidos.
       No ano de 2007 recebeu a Comenda José Francisco da Rocha Pombo, pela Câmara Municipal de Morretes.

Exposições realizadas por Eros Maichrowicz:

Galeria Mirtillo Trombini, Morretes – Pr, 1995 a 2010
Casa da Cultura de Curitiba, 2009
Casa da Cultura de Paranaguá, 1999
Rotary Clube de Morretes, 1993
Shopping Água Verde de Curitiba, 1992
Shopping Muller de Curitiba, 1991
Casa Rocha Pombo de Morretes, (Festa Feira Agrícola e Artesanal de Morretes) de 1984 a 2000
Galeria Nini Barontini, 1989
SESC da Esquina de Curitiba, 1987
SESC Centro de Curitiba, 1987
Caixa Econômica Federal de Curitiba, 1986
Caixa Econômica Federal de Paranaguá, 1985
Galeria SH-153, 1983
Galeria Eucatex, 1982
      (Link para o site Art Eros...)

Eros Maichrowicz faleceu no dia 13 de dezembro de 2013.
      (Link para o site Gazeta do Povo)

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RONALD NICOLAU
       Desenhista, Teatrólogo, Artista Digital

1943 - 24 de junho: Nasce em Morretes - PR.
       Filho de João Nicolau e Zeli Vizine Nicolau

      Por Daniel Conrade:
      "Falar de teatro em Morretes e não lembrar dele é impossível: Ronald Nicolau, entrevistado desta edição.
      Enquanto o mundo balançava encenando tensamente o ato da Segunda Guerra Mundial, ouve-se o primeiro choro de uma criança em mais um ensaio da vida: vem à luz este ser tão especial aqui em Morretes, em junho de 1944.
      Ronald iniciou no teatro por volta dos 12 anos de idade numa das turmas do ainda Grupo Escolar Miguel Schleder, com a grande Profª Desauda Bosco da Costa Pinto em uma peça intitulada "Troca de Remédios" (peça esta de autoria da professora).
      Com 17 ou 18 anos, Ronald foi faxineiro do Cine Theatro Morretes. Varria e limpava o salão em troca de entradas para assistir os filmes no próprio Theatro.
      Adulto, deixa nossa cidade para trabalhar na construção da Represa Capivari-Cachoeira (atualmente Usina Parigot de Souza), próximo ao Pico Paraná, nos arredores de Antonina.
      Passaram-se 34 anos.
      Depois de trabalhar em outras cidades fora do Estado, retorna aposentado à ainda bucólica terra natal.
      Junto ao grupo de alunos e professores do Col. Est. Rocha Pombo batizado de Grupo Nhundiaquara, correu parte do Paraná, na função de diretor, com a peça ecológica "O Quarito" de autoria do artista Constantino Stopinski. Ganhando concursos estaduais de teatro em Rio Negro (1º lugar) e em Londrina (8º lugar). Outra premiação a nível estadual, foi em Paranaguá com o segundo grupo, nas comemorações dos 500 anos do Brasil, o qual participei na elaboração do cenário e maquiagem.
      Neste concurso, Morretes perdeu por meio ponto na soma geral para o grupo teatral de Londrina (71 a 71,5 pontos), mas levou prêmios de melhores atores e melhor texto (de autoria de Isaac Miranda). Mexer neste baú, me dá saudades - diz Ronald. Não para aí.
      No encerramento das atividades do Theatro Municipal para sua reforma, conquistou a façanha, junto aos professores do CERP, de colocar 2.008 pessoas em um dia, com 42 alunos no elenco, em quatro sessões, lotando-o de cima abaixo. Lembro-me das pessoas se amontoando nos corredores até à porta de saída para a Rua XV.
      Não havia distinção durante a apresentação, pois sentados no chão, estavam professores, doutores, pais e alunos. Todos abriam um só sorriso.
      Ronald desenvolve outras vertentes da arte. Neste ano participou da Mostra Regional de Artes Visuais - Litoral - PR (Sec. Est. da Cultura e COSEM) em Morretes, na Galeria M. Trombini, onde vendeu dois de seus trabalhos para a Califórnia - USA. Eram de arte digital, usando somente ferramentas simples do Paint e mouse pad.
      Hoje, Ronald Nicolau desenvolve um belíssimo trabalho de inclusão digital, sem custo aos alunos, junto da Lombardo Informática e do CERP - vale salientar: sem apoio financeiro externo (infelizmente).
      Além das turmas de Morretes, atualmente este projeto estendeu-se com outra em Antonina."

       Ronald Nicolau faleceu em 23 de setembro de 2021.

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JOEL ALVES REDEDE
       Cientista, Professor, Pesquisador

1946 - 13 de dezembro: Nasce em Guaraqueçaba - PR.
       Filho de João Guilherme Alves e Maria Redede Alves

       Seu bisavô William Redede veio da Inglaterra.
       Joel Redede Alves, cientista e pesquisador autodidata.
       Desenvolvedor do produto Vitamel Caiçara, que surgiu quando ele trabalhava em uma chácara em Serra Negra, em Guaraquecaba, observando a natureza, como uma forma de aproveitar e evitar desperdícios da banana que no verão se perdia muito na região.
       Trabalha com experiências que visam a alimentação saudável e tem como parâmetro ajudar aqueles que mais necessitam.
       Entre suas descobertas estão: o suco concentrado de frutas, farinhas, massas, flocos, geleias, cremes e adubos orgânicos.
       O professor Joel como é conhecido, reside em Morretes desde 2003, e desenvolve um trabalho com as plantas do cerrado no estado do Mato Grosso.




ORLANDO SALDANHA
       Desenhista, Artista Plástico

1956 - 04 de setembro: Nasce em Guarapuava - PR.
       Filho de Jorge Saldanha e Ivanira Guimarães Saladanha

      Teve uma infância normal de uma criança curiosa, que tudo quer tocar e conhecer, curioso e com grande segmento artístico, ensaiou seus primeiros desenhos ainda na infância usando lápis e carvão.
      Estudou em um colégio católico. Na adolescência conheceu as obras de Van Gogh e Monet, e sua mente se abriu para as cores e traços fortes desses artistas, e assim começou a se arriscar a pintar com tinta sobre tela. Suas obras tem inspiração nos grandes mestres Van Gogh, Monet, Degas e Gauguin.
      Por volta dos seus 20 anos, começou a fazer exposições de suas obras, em feiras por várias cidades do Brasil, sendo que suas obras estão espalhadas pelo mundo todo.
       É um artista impressionista e autodidata. Suas obras refletem o passado em casarios, marinas e cidades históricas. Suas pinceladas são fortes, com espátula e sempre com muita tinta.

      Reside atualmente na cidade histórica de Morretes – PR, onde passou pela primeira vez no ano de 1980.

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KEVIN PAUL ROBINSON
       Engenheiro Mecânico, Artista

1958 - 03 de março: Nasce em Idaho - EUA

       Fui criado em uma pequena fazenda em uma área rural do oeste de Idaho, onde aprendi o valor do trabalho com meu pai e meu avô.

       Em uma idade precoce, eu parecia ter aptidão para projetos práticos, construir e mexer em coisas.

       Com o passar do tempo, ele se envolveu na fazenda ajudando na fabricação e conserto de equipamentos necessários para as atividades agrícolas.

       Mesmo em tenra idade, gostava de fazer pequenas coisas que suponho que poderiam ser definidas como arte ou pelo menos uma expressão de alguma criatividade.

       Meus anos na universidade resultaram no estudo de design mecânico e engenharia mecânica, o que contribuiu para o lado inquisitivo de meu interesse e pensamentos analíticos.

       Sempre tive interesse em construir coisas, em criar coisas e fazer coisas nas minhas horas vagas, fosse para construir móveis para meu próprio uso ou às vezes para outros.

       Durante uma parte de minha carreira posterior, morei e trabalhei em Curitiba-Brasil por alguns anos.
Mais tarde, depois de voltar aos Estados Unidos, acabei me casando com uma adorável brasileira e trabalhamos juntos em nossa própria empresa por vários anos.

       Nos últimos 20 anos, tive mais oportunidade de expressar meu lado artístico na criação de obras, algumas das quais são utilitárias e outras funcionais, para satisfazer meu desejo de criar coisas.

       Tenho muita satisfação em criar e fazer coisas a partir de matérias-primas de várias origens.
       Em 2013, decidimos nos mudar dos Estados Unidos de volta para o Brasil.

       Tendo adquirido uma grande propriedade rural no Brasil, ficou evidente que havia abundância de matéria-prima e, ao mesmo tempo, tinha muito tempo livre para criar e produzir peças do meu trabalho.

       Transformando o que a natureza descartou em obras com uma vida nova.

       Muito do meu trabalho resulta em um toque rústico para ele, principalmente porque as matérias-primas com que estou trabalhando atualmente se prestam a essa finalidade, no entanto, este estilo combina lindamente com uma decoração contemporânea.

       Kevin Paul Robinson – Processos Criativos

       Para mim, o processo criativo começa simplesmente observando a natureza ao meu redor e os materiais disponíveis, em seguida, imaginando-a como um produto que poderia vir de algo normalmente descartado pela Natureza.

       Isso pode ser tão simples quanto ver uma pedra no chão ou um galho quebrado.
Só de ver o formato de certas peças já se presta à imaginação de um produto final e que normalmente não é pensado por outros;

       Gosto de encontrar transformações únicas em vez das tradicionais.
Não é incomum para mim deixar um pedaço de matéria-prima por meses ou anos antes de ter uma ideia final para a peça.

       Ao longo dos meus anos de crescimento, aprendi e desenvolvi várias competências, incluindo trabalhar com madeira, metais, soldadura, etc.

       Devido ao meu interesse em trabalhar com matérias-primas, desenvolvi mais tarde competências que incluem alguns trabalhos com materiais de vidro e pedra natural.

       Frequentemente, mergulho em novos processos com os quais não tenho experiência, apenas para ver como uma nova técnica pode ser um benefício para o meu trabalho.

       Ter essa variedade de habilidades me permite produzir uma combinação e uma fusão de materiais que são exclusivos para meu processo criativo e conjunto de habilidades.

       Eu faço este trabalho, não por uma renda necessária, mas porque gosto muito das atividades envolvidas em ver as matérias-primas se tornarem úteis e / ou belas transformações desses materiais.
Para isso, continuo meu trabalho.

       Minha esperança é que as peças que eu crio e produzo tragam tanta satisfação aos meus patronos, que podem se tornar os guardiões de meu trabalho, quanto eu acumulei no processo de fazer as peças.

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Foto/JB

DANIEL WILLIAN CONRADE
       Desenhista, Artista Plástico

1983 - 07 de dezembro: Nasce em Paranaguá - PR.

       Daniel Willian Conrade, nasceu em 7 de dezembro de 1983 em Paranaguá, mas adotou Morretes como sua cidade, iniciou seus estudos na galeria de artes Mirtillo Trombini com a professora Isaurina Maria conhecida como Sarika.
       Artista plástico, escritor, considerado uns dos maiores ilustradores indígenas do país sua obra é comparada aos grandes nomes da arte da cidade de Morretes e do Brasil, seu legado é abrangente levando sua arte aos grandes polos da arte mundial como E.U.A e Paris na França.
       Dedicou-se também a contribuição como professor, incentivando os novos artistas da cidade no Instituto Mirtillo Trombini.
       Em 2012 inicia os Estudos no curso de bacharelado em gravura na EMBAP( Escola de Música e Belas Artes do Paraná), passando em 1° lugar.
       Como Diretor de Turismo e Cultura do município de Morretes, dinfundiu seu trabalho na história e cultura da cidade, berço da arte no estado do Paraná.

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ABCD EFG HIJ KLM NOP
       Abcd, Efg, Hij, Klm, Nop

0000 - 00 de MÊS: Nasce em Morretes - PR.

       A



 

Referências:

FEP, Federação Espírita do Paraná. Lycurgo Negrão. Disponível em: <http://www.feparana.com.br/topico/?topico=562>. Acesso em: 25/09/2023.

HUNZICKER, Eric J. Morretes - Terra de Personalidades. Folder distribuído pela Diretoria de Cultura - Secretaria de Turismo e Cultura - Prefeitura Municipal de Morretes.

MHAM - Museu de História e Artes de Morretes
Contato